Mercado do Bolhão: adivinha-se uma guerra?
Não são as suascaracterísticas de edifício de arquitetura neoclássica que o colocam no centroda discussão mas sim a politica autárquica da cidade. Recordemos que o projetode reconversão do espaço começa em 1992 e passado vinte anos continua tudo porfazer.
Uma das candidaturas trouxe o assunto novamente à colação erecuperou o projeto do Arquiteto Joaquim Massena. É este projeto que olhamoshoje. Basicamente prevê:
- Estacionamento na cave;
- Mercado tradicional no rés do chão;
- Galeria intermédia (nova), com a intenção de aumentar o númerode bancas de comércio, com acesso direto pela Rua Alexandre Braga e Rua Sá daBandeira, com espaços de venda de produtos regionais e nacionais.
- Segundo piso com 50% dedicada a restauração alimentar e 50%dedicada ao mercado de levante.
Além de vários espaços dedicados à cultura.
E a parte económica?
Sabemos que o investimento são doze milhões e quinhentos mileuros. Ora bem, aqui é que vão residir muitas das discórdias.
As contas que fazemos são as seguintes, de uma forma muitosimplista, é certo:
- Não acreditamos que a Câmara Municipal queira perder dinheiro.Admitimos que vai querer uma remuneração igual à que tenha de pagar a umaentidade bancária: 3.5%
- Acreditamos que uma renda de 10€/m2, em termos médios, seja justapara o espaço.
Nestas condições teremos que ter, obrigatoriamente, uma árealocável de 3.645 m2
Será possível? É que estas premissas são muito otimistas.
A remuneração tem que ser superior a 3,5%; é preciso que não existamderrapagens nos custos; dedicando muito do seu espaço a eventos culturaisdificilmente terão uma renda de 10€/m2.
A ver vamos!